Wednesday, May 26, 2010

Ruborizada

Manhã fresca de primavera com promessa de sol quente.
Desço a rua onde um rapaz se prepara para a árdua limpeza dos altos vidros de um banco.
Sem mesmo saber o porquê, torno mais curtos os meus passos.
De costas para mim, ele levanta a t-shirt e lentamente tira o cinto preto. Eu respiro, ofegante, a cada passagem da tira de cabedal pelas presilhas das calças de ganga.
Enrola o cinto na mão e eu fico com vontade de o sentir estalar-me na pele.
Ía saber-me tão bem ficar marcada.
Ele compõe a roupa e por cima coloca o cinto de trabalho. Em couro. Com vários objectos pendurados.
Passo junto a ele. Sorrio a tudo isto...
E sinto-me corar.

Quando o sangue ferve...é difícil resistir à tentação...

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